Parceria Cultural: Livro "Arte e Patrimônio"

O projeto GALERIA DE ARTE NA ESCOLA abre espaço para uma parceria cultural com um projeto que também foi viabilizado pelo PMIC Uberlândia, intitulado Arte e Patrimônio de Uberlândia: entre o passado e o presente, organizado e desenvolvido por Adriana Nakamuta e Dayane Justino.

A publicação resultante do projeto, no formato de livro, foi ofertada pelas organizadoras aos professores da rede municipal de ensino que aderiram à realização do projeto Galeria de Arte na Escola, cumprindo o compromisso de realizar a mostra no período indicado.

Conheça um pouco mais dessa relevante obra sobre nossa cidade, que amplia nosso olhar acerca da questão do patrimônio cultural.


A presente publicação consiste no resultado obtido com o projeto Arte e Patrimônio de Uberlândia: entre o passado e o presente, desenvolvido no ano de 2009 no âmbito do Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Uberlândia, estado de Minas Gerais. 

A pesquisa teve como objetivo primordial realizar um diagnóstico do que a população de Uberlândia considera patrimônio da cidade. Nesse sentido, a aplicação de 822 questionários, ao longo de seis meses e em vários bairros, constituiu o corpus documental principal e original deste projeto. Com os resultados obtidos, uma série de artigos temáticos foram redigidos para possibilitar uma compreensão ampla e específica do patrimônio cultural do município. 

Esses resultados orientaram o levantamento iconográfico, tendo em vista que um dos objetivos específicos do projeto propunha a investigação histórica iconográfica dos locais eleitos pela população, associada ao registro fotográfico atual desses espaços. A partir do que a população elegeu como lugares de memória e bens portadores de referências culturais da cidade, levantou-se a documentação iconográfica existente nos arquivos e instituições de pesquisa e esses locais foram registrados novamente, no mesmo ângulo encontrado na documentação. Foi essa etapa do estudo que atribuiu ao projeto o subtítulo entre o passado e o presente. 

Os resultados obtidos também foram utilizados para a realização da exposição Entre tempos. A proposta da curadoria foi convidar Alessandro do Nascimento, Aloísio Diniz, Ana Reis, Beatriz Costa, Beatriz Rauscher, Bruno Ravazzi, Calimério Ávila, Cássia Nunes, Castor, Clarissa Borges, Elaine Corsi, Fernanda Arantes, Gastão Frota, Glayson Arcanjo, Mariza Barbosa, Núbia Dias, Paulo Augusto, Rodrigo Moretti, Valeria Lima e Yone Araújo, artistas da cidade de Uberlândia, para a produção de uma obra visual que fizesse referência a um dos locais/bens considerados patrimônio pela população. 

Todo o volume de pesquisa teórica e prática se encontra nesta publicação, composta por sete artigos temáticos, um capítulo dedicado ao levantamento iconográfico e as obras produzidas pelos 20 artistas. 

Sobre os artigos, o livro inicia com A preservação do patrimônio cultural no Brasil: compondo ideias, direcionando estratégias e construindo histórias, de Adriana Sanajotti Nakamuta. O texto, produzido pela coordenadora da pesquisa, consiste em uma coletânea das principais referências sobre a construção do campo do patrimônio cultural no Brasil. Apresenta um pequeno panorama, apontando as ideias que circulavam entre os intelectuais envolvidos em projetos culturais, como o dos anos 1920 e 1930, suscitando a criação de um órgão federal de preservação. Aborda as estratégias utilizadas, no que diz respeito tanto à criação de instrumentos de proteção quanto aos discursos e práticas institucionais que legitimaram as escolhas e a atribuição de valores aos bens nacionais – materiais e imateriais – portadores de referências culturais. O artigo enfatiza também a história da preservação do patrimônio sob a ótica dos tombamentos realizados no Brasil desde 1938, atentando para o estado de Minas Gerais. A partir da inserção nesse tema, a autora aponta as estratégias e instrumentos da política vigente em Uberlândia para a preservação do patrimônio cultural. 

Seguindo o propósito de questionar a preservação do patrimônio na cidade, os historiadores Diogo de Souza Brito e Caroline Campos Rizzotto discorrem, no artigo Notas sobre a preservação do patrimônio histórico em Uberlândia, sobre as primeiras tentativas e práticas na consolidação do campo da preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade. Segundo os autores, foi a partir da década de 1980 que inúmeros agentes se envolveram na causa da preservação, a saber: os professores universitários, os funcionários da recém-criada Secretaria de Cultura, os membros do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Cultural de Uberlândia (Comphac), os memorialistas, os vereadores e, mesmo que indiretamente, os empresários da construção civil. Todos esses agentes, assim como as ações propostas por esses vários grupos, são apresentados neste artigo. 

O terceiro artigo deste livro, O patrimônio dos uberlandenses: autores de suas referências culturais, é da cientista social Cíntia Mayumi de Carli Silva, que apresenta o processamento de todas as informações obtidas com a aplicação dos questionários. Os dados apresentados demonstram quantitativamente e qualitativamente um panorama da preservação do patrimônio cultural na cidade de Uberlândia. A autora organiza todos os subsídios da pesquisa de maneira ímpar, permitindo, aos mais diversos setores uma leitura coesa, fruto de um trabalho que associou participação popular e conhecimento científico na composição de um estudo original e relevante para o campo do Patrimônio e das Ciências Sociais. 

Bióloga, mestre em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais, Priscila Oliveira Rosa nos apresenta o artigo Patrimônio natural de Uberlândia: a preservação das praças, parques, bosques e cachoeiras, que articula as questões da especificidade do bioma Cerrado com os parques e praças de Uberlândia considerados patrimônio da cidade pela população. Segundo a autora, a união de três campos: urbanismo, ecologia e patrimônio, tornou-se imprescindível para e escrita deste texto, uma vez que as referências culturais apontadas pela população enfatizaram tanto os pontos mais antigos da cidade ― onde se atrelava a história da cidade à história da construção de uma praça — como a articulação entre a noção de patrimônio e a ideia e a prática de lazer nos parques, bosques e cachoeiras. 

Já a historiadora Larissa Oliveira Gabarra, em Congado, ala de frente do patrimônio imaterial de Uberlândia/MG, trata da preservação dos bens imateriais da cidade. Na perspectiva da autora, a festa do Congado, além de tradicionalmente conhecida e executada na cidade, pode ser considerada a “ala de frente” das discussões e das ações da autoridade municipal na salvaguarda de bens dessa natureza. Interessa reforçar que este texto marca o início de novas diretrizes para a preservação do patrimônio de Uberlândia, assim como insere o patrimônio cultural do Congado, de natureza imaterial, em um contexto amplo de discussão em âmbito nacional. 

Por fim, o texto coletivo de Cíntia Mayumi de Carli Silva, Fabiana Carvalho de Oliveira e Lizandra Calife Soares, [Re]significando a memória iconográfica de Uberlândia, apresenta-nos uma reflexão acerca da preservação da memória iconográfica e das características dos acervos pesquisados no decorrer do projeto. Esse levantamento tratou de identificar os bens eleitos pela população como patrimônio da cidade ao longo dos anos, especificamente entre as primeiras décadas do século XX, onde se encontra o maior número de registros desses bens e/ou locais. 

A pesquisa nos arquivos, além de ter dado origem à escrita desse artigo possibilitou a organização do item Trajetória em imagens, que dedica espaço ao levantamento iconográfico associado às fotografias atuais. A intenção é a de que a organização dessas imagens entre o passado e o presente possibilite ao leitor uma experiência visual afetiva de rememoração de um passado material-imaterial presente, por vezes até ausente, relacionada à história da cidade, logo, à história de vida de cada uberlandense. 

Entre tempos é o título do artigo e da exposição que encerra o conjunto de textos e imagens que compõem este livro. Dayane de Souza Justino e João Virmondes são responsáveis pela curadoria dessa mostra temática e pela redação do artigo. Ambos compreendem que a utilização do patrimônio é vista pelos artistas como suporte, meio, reflexão e conceito para a criação de uma obra visual e peculiar do local/objeto patrimonializado pela população. Essas obras, criadas para serem expostas em uma galeria de arte, trazem à tona discussões acerca da identidade cultural da cidade, da memória dos diversos cidadãos que compõem a estrutura urbana e rural, assim como a história do patrimônio sob olhares diversos e, ao mesmo tempo, únicos.

  

Adriana Sanajotti Nakamuta

Dayane de Souza Justino

Organizadoras



Convite da Exposição:



Aos interessados em adquirir o livro, entrar em contato com Dayane Justino através do email: dadajustino@gmail.com


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